terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Uma reflexão sobre o DETRAN que não deu certo


O alcance da excelência na gestão pública requer de seus gestores um repensar gerencial constante dos processos e procedimentos que resultam nos serviços oferecidos pela instituição aos seus usuários.

É preciso perseguir de modo ousado, com a mesma determinação de um revolucionário, o melhor atendimento possível, através de táticas e estratégias de planejamento e ações articuladas, que perpassem pelo uso de todas as tecnologias e seus produtos disponíveis, bem como pela capacitação continuada dos servidores, associada a um programa de estímulo e motivação profissional, a cargo do RH da instituição, sem esquecermos, é claro, de uma política de salários e cargos, simplificada, ao mesmo tempo estimulante, ao longo da carreira.

É lamentável que o DETRAN/AL apesar de possuir todas as condições para isso, (superavitário financeiramente, autônomo administrativamente, enxuto e tecnicamente eficaz no quesito quadro de pessoal), essa percepção de gestão nunca tenha chegado. Não a encontramos no passado, tampouco no presente.

Especialmente na atual gestão, que será lembrada, não apenas como a mais reacionária e fascista na relação com os trabalhadores do órgão; mas, sem dúvida, a mais ineficiente e incompetente no cumprimento de seu papel estabelecido pelo CTB (promoção da engenharia de tráfego, fiscalização, educação para o trânsito, realização de estatísticas de acidentes no âmbito do estado, etc.). Até mesmo no cumprimento de suas funções mais elementares, como a emissão de CNH, CRV e CRLV de forma satisfatória aos usuários do sistema em alagoas...

Dez são as razões pra as afirmações acima contidas, vejamos:

1. Nenhum SAC ou JA foi inaugurado ou aberto pela atual administração, pelo contrário, foi fechado o do auto-shopping recentemente;

2. Nenhuma CIRETRAN foi construída, ampliada e/ou modernizada no interior do Estado;

3. Nenhuma cidade do interior, até a presente data, foi verdadeiramente sinalizada pela gestão atual;

4. Ao contrario da SMTT de Maceió, que dá um ‘’show de bola, o DETRAN/AL não fez nenhuma campanha educativa efetiva, ao longo dos últimos anos;

5. Alagoas, pela primeira vez em vinte anos, pode comprometer a estatística nacional do DENATRAN/AL, pois é o único Estado da federação que não colheu, nem enviou os dados de acidentes e mortes no ano de 2009 para Brasília, uma vez que o setor de estatísticas do DETRAN foi desmontado pelo atual diretor;

6. Enquanto em outros DETRANs emite-se uma CNH em 30 minutos, em Alagoas o usuário tem que amargar uma espera que varia de cinco à trinta dias;

7. O sistema e a nova plataforma de informática nos quais foram investidos milhões de reais, não resultaram em nenhum novo serviço para a sociedade. A exemplo do IPVA da SEFAZ, o DETRAN deveria oferecer a amarelinha de licenciamento automático em caixas eletrônicos de bancos, além de outros serviços, assim desafogaria a demanda desses e de outros serviços no setor de atendimento. Uma guia de serviço emitida pelo DETRAN/AL, ao ser paga pelo usuário, demora 48 horas para ser compensada no sistema do DETRAN-Al, no enquanto no DETRAN do RN, são apenas 5 minutos;

8. Mais de 200 excelentes servidores passaram em outros concursos e deixaram o órgão, desmotivados com os baixos salários e péssimas condições de trabalho, apesar da carência deixada pelos mesmos, o diretor não fala em concurso público pra repor/suprir essas carências;

9. O diretor do DETRAN/AL atacou a integridade moral dos servidores quando escreveu em uma revista de publicidade de sua gestão “que a maior parte dos servidores é desprovida de princípios éticos e morais”. Afirmou ainda, num programa de rádio que “nem o governador, nem o presidente dos EUA, nem mesmo Fidel Castro o faria devolver o dinheiro” que ele mandou (de forma arbitraria e ilegal) retirar de nossos salários, numa greve que, vale ressaltar, a justiça julgou legal. Nos dois casos ele faltou com a verdade;

10. O diretor tentou colocar a categoria contra o sindicato montando uma comissão que, após estudos, confirmou que o SINSDAL falava a verdade sobre o percentual de reajuste possível. Ao invés de nos conceder o reajuste de 27,7%, institui uma nova comissão, como se nós, servidores, não soubéssemos que por se tratar de um ano eleitoral o governo do PSDB, que não gosta de servidor público, dará, se der, alguma migalha de reajuste, não por atender ao pedido de quem quer que seja, mas para se reeleger e nos fazer passar mais quatro anos de fome.

A direção dividiu os trabalhadores, transformou a esperança em medo. Acabou com os sonhos de uma geração inteira de servidores. Basta dizer que a maior parte dos atuais funcionários pensa em estudar e fazer um concurso para sair do DETRAN/AL. O DETRAN que não deu certo fracassou pela tirania, burocracia, carência de liderança e competência; pois, seu tempo agora finda.

O momento é de refluxo do movimento sindical. Contudo, ainda nos resta à digna capacidade de resistência, característica da juventude, isso ninguém pode nos tirar. Faz-se necessário preservar, mesmo em fogo morno, o mais importante instrumento de luta dos trabalhadores, o sindicato. É preciso reorganizar as forças, aguardar a tal carta sindical e superar o insuperável”...

Haverá um tempo para se resgatar a rebeldia perdida, a disposição pra luta, a fé na vitória coletiva, pois a história é implacável com os atrozes e como um juiz julga e sentencia.

Saudações a quem tem coragem...

Companheiro,

Roberto

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